A Nova Hidrovia do Rio Francisco foi lançada nesta sexta-feira (13/06), em Petrolina (PE), pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho. O projeto prevê 1.371 quilômetros navegáveis, indo dos municípios de Petrolina (Sertão de Pernambuco) e de Juazeiro (Bahia) até Pirapora, em Minas Gerais. A movimentação de cargas pelo Rio São Francisco pode alcançar 5 milhões de toneladas já no primeiro ano de atividade da hidrovia. Não há ainda previsão para o início das obras. A abertura do processo licitatório deve ser realizada em até um ano, segundo estimativa do governo federal.
Hidrovia é uma espécie de estrada sobre as águas, de grande importância para a economia, o comércio e o meio ambiente. Tem uma capacidade elevada para transporte de cargas volumosas e pesadas, com baixo impacto ambiental e menores custos.
“Essa é uma pauta muito importante para o desenvolvimento do Nordeste, será muito estratégico para o desenvolvimento de toda a região. Em junho vamos assinar a delegação à Companhia das Docas do Estado da Bahia e iniciaremos os estudos técnicos ao lado da Infra SA”, disse o ministro Silvio Costa Filho.
“Representa mais um avanço para a logística nacional, integrando regiões e promovendo um transporte mais limpo, eficiente e competitivo”, destacou o secretário Nacional de Hidrovias e Navegação do ministério de Portos e Aeroportos, Dino Antunes. Entre as cargas previstas, estão insumos agrícolas, gesso, gipsita, calcário, grãos, bebidas, minério e sal.
O ex-prefeito da cidade Miguel Coelho (União) lembrou que a hidrovia “já existiu no passado” e que se trata de um meio de transporte que o Brasil explora pouco: “Com a hidrovia, podemos trazer os grãos da Bahia, levar as frutas de Petrolina, podemos, através dos polos de serviços de Salgueiro e Serra Talhada, encurtar caminhos para diminuir o frete e com isso poder melhorar o preço que chega na ponta para os nossos consumidores”.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
A Nova Hidrovia do São Francisco é um dos projetos logísticos mais importantes para o escoamento de cargas e o desenvolvimento regional do país. O Velho Chico nasce na Serra da Canastra, no Cerrado mineiro, e sobe em direção à Região Nordeste. Nesse percurso ascendente, passa pelo Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco. São 505 municípios e mais 11,4 milhões de pessoas que, de alguma forma, se relacionam com um dos principais rios brasileiros.
Para garantir a execução de um projeto dessa magnitude, a iniciativa foi dividida em três etapas. Na primeira, as intervenções se concentrarão em um trecho de 604 quilômetros navegáveis, de Juazeiro e Petrolina, passando por Sobradinho (BA) e chegando em Ibotirama (BA). As cargas serão escoadas por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias, na Baía de Todos os Santos (BA).
A segunda etapa abrangerá o trecho entre Ibotirama e Bom Jesus da Lapa e Cariacá – municípios baianos –, com 172 quilômetros navegáveis. Nesse trecho, haverá conexão, via malha ferroviária, até os Portos de Ilhéus (BA) e Aratu-Candeias. Já a terceira etapa aumentará a hidrovia em 670 quilômetros e ligará Bom Jesus da Lapa e Cariacá a Pirapora.
PRESENÇAS
A solenidade de anúncio da Nova Hidrovia do Rio São Francisco foi realizada na Fundação Nilo Coelho. Além do ministro Silvio Costa Filho estiveram presentes, entre outros, o prefeito de Petrolina, Simão Durando (União), e o de Juazeiro (BA), Andrei Gonçalves (MDB); o prefeito do Recife, João Campos (PSB); o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União); os deputados federais Fernando Filho (União), Lucas Ramos (PSB) e Tabata Amaral (PSB); os deputados estaduais Antônio Coelho e Mário Ricardo, do União, e o ex-senador Fernando Bezerra Coelho (União).
*Com informações do Ministério dos Portos e Aeroportos