O ministro Alexandre de Moraes (STF) age como um enxadrista mestre na profilaxia, cuja compreensão profunda do jogo lhe permite antever e neutralizar os planos do adversário antes que se materializem. Agiu assim agora, com a prisão preventiva de Bolsonaro no dia da vigília convocada para apoiá-lo (e que poderia criar um ambiente propício a uma fuga), e agiu assim com a prisão domiciliar do mesmo Bolsonaro, quando outro filho dele, Eduardo, tentava criar dos EUA meios de atrapalhar o jogo. Agiu da mesma formas diversas outras vezes, no processo contra os golpistas.

Houve um enxadrista que elevou a profilaxia ao nível de arte, Tigran Petrossian, da Armênia, campeão mundial de 1963 a 1969 e campeão soviético quatro vezes. Por seu estilo de jogo quase impenetrável, era chamado de “Tigre de Ferro”. Além da segurança que imprimia em suas partidas, Petrossian, quando ‘partia pra cima’ do adversário, desenvolvia ataques devastadores, que ficaram célebres na história do xadrez. Destacava-se por sua refinada capacidade de vislumbrar as ameaças antes que elas se concretizassem. Bobby Fischer, fenômeno do xadrez mundial, dizia que Petrossian via qualquer tipo de perigo “20 lances antes”.
Alexandre de Moraes, o “Tigre de Ferro” do STF, tem agido da mesma forma contra os golpistas. Atento, em guarda, sem piscar, construindo posições sólidas e sempre com “20 lances à frente” dos oponentes.



