Política e economia de Pernambuco e do Nordeste

Política e economia de Pernambuco e do Nordeste

Senador Weverton Rocha (PDT-MA) é relator de pautas importantes no Senado, como a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, ao STF, e a revisão da Lei do Impeachment (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Vice-líder do governo no Senado é alvo da PF em operação contra fraudes no INSS

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) está entre os alvos da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (18/12) visando apurar um esquema de fraudes em descontos associativos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Vice-líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado, o parlamentar ocupa posição de destaque na Casa e atua como relator de pautas sensíveis, como a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, ao STF, e a revisão da Lei do Impeachment.

A investigação tem como objetivo esclarecer a prática de crimes como inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, além de atos de ocultação e dilapidação de patrimônio relacionados ao esquema investigado.

Em nota, o senador afirmou ter sido surpreendido com a operação e confirmou o cumprimento de mandados de busca e apreensão em sua residência, em Brasília. Ele declarou que se coloca “com serenidade à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas”, assim que tiver acesso integral à decisão judicial.

Na fase desta quinta-feira, a PF cumpre 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares, com autorização do ministro André Mendonça, do STF. As ações ocorrem nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.

Deflagrada inicialmente em abril deste ano pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), a Operação Sem Desconto revelou um esquema de cobranças não autorizadas em benefícios do INSS. À época, as investigações estimavam prejuízos de até R$ 6 bilhões. Com a ação desta quinta-feira, já são nove fases da operação, que resultaram na prisão de ao menos 18 pessoas, entre políticos e empresários.

Outro alvo da operação foi o secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal. O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, determinou a exoneração imediata de Portal, nomeando o procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva para assumir o cargo. Wolney afirmou que o ministério não possuía indícios prévios contra o secretário e reforçou que o governo não protegerá envolvidos em fraudes.

POSICIONAMENTO DO MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

“Esse governo não protege ninguém”, disse o ministro Wolney Queiroz (Previdência Social) em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, em Brasília. “A prova disso é que há uma ampla liberdade dos órgãos de controle, da CGU e da Polícia Federal, para investigar todas as esferas, hoje, do governo, para que a gente possa encontrar quem foram os responsáveis pelas fraudes, punir e trazer de volta cada centavo”, afirmou. 

Segundo ele, o ministério não tem qualquer envolvimento com a operação e ressaltou que não houve cumprimento de mandados na pasta: “Não houve nenhuma busca nem nenhuma apreensão aqui”.

“O presidente Lula me pediu para conter a crise, para cuidar dos aposentados, para estabelecer uma integridade, uma governança do ministério. É o que eu estou fazendo. Não há nenhum envolvimento do Ministério da Previdência Social nessa operação”, garantiu.

O ministro também disse ter se surpreendido ao receber a informação sobre a operação. Ele explicou que não tinha qualquer informação do envolvimento de seu ex-secretário-executivo em qualquer “ato suspeito”.

Com informações do Correio Braziliense

Compartilhar: 

Foto de Vandeck Santiago
Vandeck Santiago
Jornalista e escritor