A operação desta sexta-feira (19/12) no apartamento do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, em Brasília, deve ter sepultado a pretensão dele de concorrer ao Senado em 2026. A PF encontrou em sua residência R$ 430 mil em espécie, em cédulas de R$ 100, acondicionadas em um saco plástico – é uma imagem forte demais para se carregar numa eleição majoritária.
Em entrevista coletiva, o deputado disse que o dinheiro era proveniente da venda de um imóvel, e que o colocou em seu guarda-roupa e esqueceu de depositá-lo. “Eu recebi recentemente o dinheiro, e com essa correria de trabalho etc. e tal, eu acabei não fazendo o depósito, mas faria. Foi simplesmente um lapso. Ninguém pega um dinheiro ilícito e bota dentro de casa, gente”, afirmou ele.

O líder do PL na Câmara não informou a cidade onde fica o imóvel nem quem foi o comprador, alegando que agia assim “para não expor outras pessoas”. Disse apenas que é uma residência, localizada em Minas Gerais.
Ao falar sobre a origem do dinheiro, Sóstenes ressaltou que “não tem nada de contrato ilícito. Não tem nada de lavagem de dinheiro”. Adiantou que o caminho do dinheiro está todo registrado e que seus advogados vão comprovar a origem lícita dos valores.
A investigação, criticou ele, é “mais uma para perseguir quem é da oposição, quem é conservador, quem é de direita”.
A busca feita pela PF no apartamento de Sóstenes Cavalcante fez parte da Operação Galho Fraco, deflagrada nesta sexta-feira para investigar desvios no aluguel de carros com a cota parlamentar, verba destinada a pagar as despesas correntes de gabinete dos deputados. Além de Sóstenes, outro parlamentar alvo da operação foi Carlos Jordy (PL-RJ).
O ministro Flávio Dino, do STF, determinou a quebra do sigilo bancário de bens, direitos e valores mantidos em instituições financeiras dos dois deputados.



