Política e economia de Pernambuco e do Nordeste

Política e economia de Pernambuco e do Nordeste

Casal considera que ataque pode ter sido motivado também por homofobia (Reprodução/Instagram)

Governadora pede “desculpas” após agressão a turistas; dona de barraca diz que um dos turistas agrediu primeiro

A polícia de Pernambuco identificou 14 agressores de um casal de turistas do Mato Grosso, em Porto de Galinhas (PE), e todos serão indiciados pelo crime de lesão corporal, informou a governadora Raquel Lyra (PSD), na manhã desta segunda-feira (29/12), durante entrevista à Rádio Jornal. 

Eu peço desculpas, o que aconteceu é inadmissível”, disse a governadora. “Eu determinei desde o primeiro momento que fossem tomadas todas as providências e estaremos juntos da prefeitura para atuar de maneira firme”. 

Os turistas Johnny Andrade e Cleiton Zanatta, que se identificaram como empresários no Mato Grosso, afirmaram ter chegado à praia às 10h e saído às 16h, no sábado (27). Na saída, segundo eles, foi cobrado R$ 80 pelo uso das cadeiras, em vez dos R$ 50 que teria sido combinado. 

Johnny Andrade: “Vi a morte na nossa frente” (Reprodução/Instagram)

Diante da recusa deles em pagar o valor cobrado, teve início a confusão. Um dos rapazes da barraca teria jogado uma cadeira em Johnny e em seguida outros o espancaram.  Os dois só conseguiram deixar o local com a intervenção de uma equipe de guarda-vidas civis, que os tirou do local na carroceria de um carro do Corpo de Bombeiros. Johnny foi o que saiu mais machucado, com ferimentos no rosto. “Se a gente não conseguisse escapar deles, eles iriam matar a gente. Eu vi a morte na nossa frente”, afirmou ele. 

DONA DA BARRACA DIZ QUE TURISTA AGREDIU PRIMEIRO

A proprietária da barraca, Dona Maura, dá versão diferente para o episódio. Diz que o valor inicial acertado fora de R$ 20 para cada cadeira e R$ 20 por um sombreiro (um tipo de guarda-sol). Os turistas pegaram 3 cadeiras e um sombreiro, e consumiram dois cocos de um ambulante. 

“Quando chegou a hora de pagar o aluguel que ele tinha concordado quando chegou, ele já tinha tomado 2 litros de uísque, pintado miséria, aí o que foi que aconteceu? O menino disse: ‘Mas o Sr. não combinou? Olha aqui o cardápio’. Aí ele, tuff no menino, um murro”, contou D. Maura em entrevista ao repórter Waldson Balbino, da TV Jornal. 

O repórter indagou: “A versão de vocês é que ele primeiro agrediu o garçom?”

E Dona Maura, pondo ênfase ao falar a palavra realidade: “A realidade foi essa. Ele agressou [agrediu] o garçom. Deu um murro. Aí o parceiro dele pegou o menino por trás e estourou. Os outros viram ele em cima do menino, um homem dessa grossura, o menino bem magrinho, aí todo mundo caiu em cima dele. Aí ele correu. Ele tá dando uma de vítima”. 

ESQUERDA X DIREITA?

Os dois turistas consideram que o ataque pode ter sido também por preconceito sexual. “Eu acredito que foi algo homofóbico também porque eles perceberam que nós somos um casal gay”, disse Johnny. 

Para Cleiton Zanatta, outro componente pode ter sido o da “polarização política”, porque Johnny estava com uma sunga com as cores e o design da Bandeira do Brasil. Ele fez a afirmação durante entrevista à repórter Fábia Raposo, da TV Guararapes, no programa Balanço Geral desta segunda-feira (29).  

Quando Cleiton falou isso, Johnny interveio, dizendo que estava com a sunga com estampa da Bandeira Nacional porque “é brasileiro”, e não como propaganda de algum político. 

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Foto de Vandeck Santiago
Vandeck Santiago
Jornalista e escritor