O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (2/12), em Ipojuca (PE), a ampliação da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), com investimentos que podem chegar a R$ 12 bilhões. Instalada no Complexo Industrial Portuário de Suape, a Refinaria é a principal obra do Novo PAC em Pernambuco. Com a expansão, a meta é duplicar a capacidade de produção, passando dos atuais 130 mil barris por dia para 260 mil barris/dia até 2029.
Lula quer a Petrobras atuando também, de forma decisiva, na transição energética, e defendeu o uso do petróleo combinado com a energia limpa. “A Petrobras pode ser a maior empresa do mundo em energia renovável”, disse ele, adiantando que o Brasil tem potencial para tornar-se uma “Arábia Saudita do combustível renovável”.
O presidente destacou o tratamento do seu governo ao Nordeste. “A expansão da Refinaria e o crescimento de Suape mostram que o Nordeste voltou a ser prioridade. É extremamente importante que a gente não perca de vista o que está acontecendo no Brasil e em Pernambuco hoje. O que vemos agora confirma a soberania do nosso país e a força da Petrobras, a nossa maior empresa, gerando desenvolvimento, dignidade e benefícios diretos ao povo brasileiro. Quando investimos em energia, logística e indústria, estamos investindo no povo e no futuro do Brasil”, afirmou ele.
Lula lembrou os ataques que no passado recente foram feitos contra a Refinaria e a Petrobras. “Durante vários anos, eu fui acusado de que estava fazendo uma obra desnecessária ao país. A Petrobras não precisava de uma nova refinaria. Isso aqui era um processo de corrupção, diziam”, observou.
DISCURSOS
A cerimônia contou com a presença, entre outros, de ministros, parlamentares e da governadora Raquel Lyra (PSD) e do prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Ao discursar, Raquel pegou uma bandeira de Pernambuco com alguém que estava na plateia e dirigiu-se ao presidente. “E se tem uma bandeira que nos une, presidente, é essa. Eu não estou falando aqui nem de verde, de amarelo, nem de roxo. Eu estou falando das cores que unem o nosso povo. E essa bandeira é a de Pernambuco, que faz com que a gente diga, presidente, que eleição é no ano que vem, que se disputa na urna, mas que agora é hora de cuidar do povo, que é hora de fazer Pernambuco e o Brasil crescerem, mas não deixar ninguém para trás”, disse ela. “O senhor sabe que pode contar com o nosso povo e com o nosso governo, presidente. Continue contando, porque eu sei que eu posso contar com o senhor, com o Governo do Brasil, para fazer mais pessoas como essas, ter fé e esperança no futuro”.
Lula pareceu ter ficado desconfortável com o tom do discurso da governadora.
O prefeito João Campos, que viajou de Brasília a Pernambuco no voo do presidente, também discursou, ressaltando o papel histórico de Lula em relação a Pernambuco. “A história do nosso estado é uma antes e depois de Lula. A decisão de trazer a Refinaria em Pernambuco, de garantir a geração de emprego, de renda, de oportunidade, é uma decisão que se não fosse um nordestino, pernambucano, na presidência do Brasil, certamente não estaríamos vivendo esse momento”, disse ele.
Silvio Costa Filho, ministro dos Portos e Aeroportos, fez comparações entre a gestão de Lula e do seu antecessor, Jair Bolsonaro. “Infelizmente, nós perdemos muito no governo anterior com o ex-presidente da República. Foram 4, 5, 6 anos de obras paralisadas. Praticamente Pernambuco não teve uma obra, uma ação. Foi um desrespeito ao povo de Pernambuco”, afirmou o ministro. “Quis o destino que o presidente Lula, filho de Dona Lindu, voltasse a ser o presidente da República para voltar a cuidar de Pernambuco e do Brasil. Por onde a gente tem andado por nosso estado, temos observado um conjunto de obras do governo federal. É a duplicação da BR-423, são seis institutos federais, mais de 25 mil Minha Casa, Minha Vida, são conjuntos de investimento em educação, na saúde e infraestrutura que têm colocado Pernambuco na rota do desenvolvimento econômico”, completou.
INAUGURAÇÃO DE BARRAGEM
A segunda agenda da visita de Lula a Pernambuco aconteceu em Cupira (PE), no Agreste, a cerca de 170 km do Recife. Lá o presidente inaugurou a Barragem Panelas II.
No evento, a governadora Raquel Lyra foi vaiada no início e em partes do seu discurso, informou o Jornal do Commercio. “Não é fácil vir aqui, porque se talvez eu fosse homem, eu não tava sendo vaiada. Mas eu quero dizer que isso não me para”, reagiu ela, sendo aplaudida por algumas pessoas.



