Até eu, que sempre confundo chicken com kitchen (e vice-versa), entendo o que a repórter está perguntando… Mas o Trump, não. Dirigindo-se à ministra da Justiça, Pam Bondi, que está ao seu lado, diz que não entendeu o que a jornalista (Sonia Dridi, da França) perguntou. O caso ocorreu no final do mês passado, durante entrevista na Casa Branca.
“Você pode repetir isso mais alto, por favor?”, diz Trump para a jornalista. Ela repete, em um tom mais alto e mais espaçado. A pergunta, sobre a situação em Gaza, menciona que o Parlamento israelense votou sobre a anexação da Cisjordânia e indaga o presidente se isso ameaça os “esforços de paz” dele.
Trump continua sem entender. “De onde você é?” Sonia responde que é francesa. “França? Belo sotaque”, diz ele, mas complementa afirmando que continua sem entender.
Não sei se é o caso, mas o fato é que quando não há disposição para compreender o que o outro diz, não importa como o outro fala.
Coincidentemente, esta foi a terceira vez que o presidente reagiu de forma semelhante a perguntas de jornalistas estrangeiros. “Você tem uma voz bonita e um sotaque bonito. O único problema é que não entendo uma palavra do que você diz. Mas vou apenas dizer o seguinte. Boa sorte e viva em paz”, disse para uma repórter afegã.
O segundo caso foi com um repórter indiano. “É o sotaque, é um pouco difícil para mim”, afirmou Trump, depois de igualmente pedir que o jornalista falasse mais alto.
A imprensa noticiou também que uma deputada do Partido Republicano fez postagem em rede social criticando a mídia estrangeira. “E o que dizer sobre o sotaque dessa jornalista?”, indaga a parlamentar, referindo-se exatamente à repórter francesa. “Acho que devemos nos livrar de toda a imprensa estrangeira! Mídia americana em primeiro lugar!”.



