A fábrica de automóveis elétricos e híbridos da gigante automobilística chinesa BYD, inaugurada pelo presidente Lula nesta quinta-feira (9/10), em Camaçari (BA), é a maior da empresa fora da Ásia. Recebeu investimentos de R$ 5,5 bilhões e foi projetada para produzir 150 mil veículos por ano numa primeira etapa, com estimativa de chegar a 300 mil posteriormente. A unidade está instalada no complexo industrial onde funcionava a Ford, automobilística dos EUA que deixou o Brasil em 2021. “E quero dizer aos donos da Ford que foram embora que a gente lamentou vocês saírem, mas como Deus escreve certo por linhas tortas, o que veio para o Brasil será melhor”, disse o presidente Lula. “Não temos preferência por países. O que queremos é uma relação civilizada com o mundo, por isso defendemos o multilateralismo”, completou.
A inauguração acontece em um momento em que o Brasil enfrenta o tarifaço imposto pelo governo dos EUA e em que cresce a aproximação Brasil-China.
O fundador e presidente global da BYD, Wang Chuanfu, que participou da solenidade, considerou o país como detentor de “condições ideais” para investimentos da empresa na América Latina. “O Brasil tem vantagens únicas e abundantes de energia limpa, uma sociedade aberta e plural, cidadãos dispostos a abraçar novas tecnologias”, afirmou ele, apontando o país como “líder na transformação verde”.
“O futuro é elétrico”, destacou Wang Chuanful. “Acreditamos que vamos ajudar o Brasil a acelerar a transição energética, criar novas indústrias e novos empregos”.
O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingquiao, ressaltou as relações entre os dois países. “Sob a liderança do presidente Xi Jinping e do presidente Lula, as relações de China e Brasil estão na melhor fase histórica. A cooperação no campo das energias limpas é elemento fundamental da sinergia entre as estratégias dos dois países. Nossos planos são altamente compatíveis”, afirmou.
O ministro Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), que integrou a comitiva de Lula, ressaltou o caráter “estratégico” do empreendimento para o setor automobilístico em particular e para a economia em geral. “É fator de desenvolvimento para a Bahia, o Nordeste e o Brasil”, disse ele.