O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), contestou as críticas feitas nesta terça-feira (16/9) pela governadora Raquel Lyra (PSD) sobre a demora na tramitação do empréstimo de R$ 1,5 bilhão para o governo do estado. Foram 174 dias, disse Raquel, afirmando que “agora, eu vou correr atrás do prejuízo”. O projeto foi aprovado no último dia 9, e sancionado pela governadora nesta terça-feira, em solenidade no Palácio do Campo das Princesas.
“O atual governo, como se sabe, vem terceirizando responsabilidades desde que assumiu. Já jogou culpa nas costas da gestão anterior e agora acusa a oposição”, rebateu Álvaro Porto, em nota distribuída à imprensa. “De proveitoso nessa narrativa só mesmo o fato de que Pernambuco precisa e espera, de verdade, que a gestão corra atrás do prejuízo. Afinal, depois de dois anos e quase nove meses o que se vê é atraso, ineficiência e incapacidade de fazer até mesmo licitações”, afirmou ele.
O deputado ressaltou que, entre 2023 e 2025, a Assembleia Legislativa, com aval da oposição, aprovou, a pedido do governo, a autorização para a contratação de mais de R$ 10 bilhões em empréstimos. No entanto, segundo ele, a gestão não ultrapassou a casa dos R$ 2,8 bilhões de recursos captados neste período. “Quem está atravancando o desenvolvimento de Pernambuco? A oposição ou a gestão que, mesmo com crédito autorizado, não consegue o dinheiro?”, indagou.
Álvaro Porto disse que a Assembleia tem feito o que toda Casa legislativa deve fazer: fiscalizar e cobrar informações sobre a incapacidade de captação de recursos e, principalmente, sobre a aplicação do que foi conseguido. “O governo, convenientemente, prefere inflar o seu discurso afirmando que existe uma ação deliberada da oposição para atrasar o crescimento do estado. Porém, o que acontece, na verdade, é que a oposição, usando a prerrogativa de fiscalizar, se recusa a dar carta branca para uma gestão que tem se revelado lenta e ineficaz”, justificou ele.
Para o presidente da Assembleia, a “terceirização de responsabilidade” não será aceita pela população. “As pessoas esperam ter suas necessidades atendidas. E para que isso aconteça com eficiência, lá na ponta, é dever de quem tem mandato zelar pela aplicação adequada do dinheiro público. Como se vê, quem atrasa Pernambuco não é a Assembleia ou a oposição, que fazem o seu papel, inclusive aprovando tudo o que o governo envia. Quem emperra Pernambuco é o governo e sua inoperância”, destacou.
Sem em nenhum momento referir-se à governadora Raquel Lyra, e sempre falando em “governo do estado” e “gestão”, o deputado encerrou criticando o que chamou de “estratégia de vitimização” utilizada para justificar “limitações” provenientes da ineficiência do executivo estadual. “Nossa expectativa é que, de fato, a gestão corra atrás do prejuízo e diga a que veio”, concluiu ele.
