A condenação infligida pelo STF, nesta sexta-feira (11/9), ao ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus da trama golpista é a vacina mais eficaz já adotada no Brasil contra o golpismo.
Pela primeira vez em nossa história generais foram condenados por golpe de Estado: Augusto Heleno, Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira, os três hoje na reserva. Além deles, também Almir Garnier, almirante de esquadra, que é a mais alta patente da Marinha – Garnier não esteve na solenidade de posse do presidente Lula, sendo o primeiro comandante da Marinha a não participar da posse de um presidente da República.
A partir de agora, todas as vezes que alguém ou alguma força cogitar um golpe há de lembrar da decisão do STF neste 11 de setembro – e pensar 10 dez vezes antes de seguir com a ideia de atacar a democracia.
Temos todas as razões para supor que a medida sepulta de vez a prática – vista em 1964 e em 2022, com resultado desastroso em ambas as ocasiões – de civis baterem à porta dos quartéis suplicando intervenção.
A decisão do STF também marca o fim de um ciclo iniciado antes do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, quando o então candidato (que seria eleito) a deputado federal por São Paulo Eduardo Bolsonaro disse em palestra que não seria difícil fechar o STF. “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não”, afirmou Eduardo, em resposta a uma pergunta sobre a hipótese de Bolsonaro ganhar as eleições naquele ano e ser impedido de tomar posse por alguma decisão do STF. “O que é o STF? Tira a poder da caneta da mão de um ministro do STF, o que ele é na rua? Se você prender um ministro do STF, você acha que vai ter manifestação popular a favor dos ministros do STF? Milhões na rua?”, acrescentou ele.
Este 11 de setembro vai ficar como um dia histórico para o Brasil e para a democracia brasileira.
