O ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior saiu maior do que entrou na audiência desta manhã de quarta-feira (21/05), no STF. (E olha que ele já entrou grande…)
Não enrolou, não colocou panos mornos, não recuou – em vez disso, confirmou ter presenciado o comandante do Exército, general Freire Gomes, ameaçar o então presidente Bolsonaro de prisão, em reunião no Palácio da Alvorada, na qual se discutiu minuta golpista, após o segundo turno das eleições presidenciais.
“Logicamente ele não falou essa frase com agressividade. Mas é isso que ele falou. Com muita tranquilidade, com muita calma”, afirmou o ex-comandante da Aeronáutica, na audiência no STF. (Com informações de O Globo.)
De forma educada, o brigadeiro desmentiu o general Freire Gomes, que em depoimento na segunda-feira (19), no STF, negou ter falado sobre prisão de Bolsonaro. “O que eu alertei ao presidente, sim, foi que, se ele saísse dos aspectos jurídicos, né, além de ele não poder contar com nosso apoio, ele poderia ser enquadrado juridicamente”, disse Freire Gomes, na ocasião.
Segundo apuração da jornalista Daniela Lima, da Globonews, a avaliação no STF foi de que o ex-comandante do Exército saiu “menor do que entrou” neste depoimento (expressão que serviu de inspiração para este blogueiro). Em comentário na TV e em texto no blog que mantém no G1, a jornalista afirmou: “Sem poder mudar o essencial no depoimento, o general acabou se apequenando aos olhos do STF e, mais, piorando a avaliação que havia até então sobre o legalismo dos antigos integrantes da cúpula das forças armadas”.
Os dois militares foram ouvidos no STF na condição de testemunhas.
ZAMBELLI
Não é a primeira vez que a firmeza de Carlos Almeida Baptista Junior aparece com destaque em depoimento. Em 1º de março do ano passado, na PF, ele relatou ter sido pressionado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), quando comandava a Aeronáutica. Disse que a parlamentar o procurou e cobrou adesão a um suposto golpe.
“Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão”, afirmou Zambelli, de acordo com o depoimento de Baptista Junior. Ele respondeu assim, conforme o mesmo depoimento: “Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade”.
Zambelli nega ter pedido apoio para um golpe.